
Muito se tem discutido por causa deste cartaz político nos últimos tempos, e mais uma vez, com a autoridade a mim conferida pelas forças superiores do tempo e do mundo (é mais pela minha prepotência juvenil e faze pseudo-anarquista e liberal, mas pronto…) pergunto:
Porque nos recusamos a acolher estes nossos irmãos de forma legal na nossa pátria?
Se Deus nos criou de forma igual e à sua imagem (e falo de deus como poder criador… porque sim, em tempos remotos, saímos todos do mesmo buraco, macacos peludos e iguais…), equiparando-nos luxuosamente ao ser perfeito, porque é que nós queremos distanciar-nos uns dos outros? Porque duvidamos que manteríamos as nossas identidades se essas mesmas identidades se começaram a criar quando éramos um só, parte do nosso senhor. Deus enviou Jesus Cristo para nos unir e nós recusámos aceder a tal favor, porque não conseguiremos nós viver como um todo? Porque não conseguimos ignorar as pequenas diferenças que nos distanciam? (não percebam… ok… isto é uma forma catita de dizer… FODA-SE! MAS VOCÊS JÁ OLHARAM PARA TODAS AS RAÇAS E CREDOS QUE CRITICAM DIZENDO QUE SÂO SUPERIORES? ONDE CARALHO ESTÁ A DIFERENÇA? NÃO SE ACHAM PARECIDOS AOS “TROLHAS AFRICANOS” E AOS “YURI’s”?)
Nós, país obreiro, país que sempre navegou contra a bolina, país que combateu o Adamastor, país que fez acreditar os mais sábios crentes em dogmas ancestrais num mundo redondo, somos um país que sempre abraçou os estrangeiros como obreiros e amigos necessários. Se os africanos não nos extraíssem o ouro, se os índios não nos mostrassem as selvas, se os asiáticos não nos cedessem as especiarias, seríamos hoje um orgulhoso Portugal? Porque não honramos antigas alianças, porque não honramos o facto de sempre termos sido suportados por outras gentes? Desde que o achámos, uma desonra que este pedacinho de mundo, outrora um estandarte de valores, se tornou num minúsculo ponto no vazio desaguar do mar Mediterrâneo no azul Atlântico.
Se a maioria dos que cá chegam trazem a garra, a força, a vontade de reerguer esse afamado estandarte, com suor e lágrimas, porque lhes recusamos esse favor? Temos medo de não poder batalhar por uma vaga no animal mundo empresarial? Já não reconheceremos estes valores, os valores que edificaram a nossa pátria, como nossos? Se trazem culturas fantásticas, cursos superiores de alto nível, desportistas inatos, mentes brilhantes ao simples alcance de um burocrático “sim”, de uma autorização de residência, porque não conseguiremos nós agarrar esse tesouro?
Concluindo, compatriotas, amigos, irmãos, (Cum Catano, estou feito um homem a escrever páááh…) aceitar o lado para lá das nossas fronteiras, que sempre tão hospitaleiro nos foi, será um passo que teremos que dar, correndo o risco de o perder. Quando voltarmos nós a precisar deles e não eles de nós, poderemos esperar uma mão amiga? Somos todos irmãos, filhos do mesmo criador, criados de igual forma, somos seres com capacidades invulgares mas que nunca são demais num território que necessita de crescer. Sempre assim foi e sempre assim será, sempre será uma nossa necessidade, então peço, em nome de antepassados que ergueram este país com sangue, suor e lágrimas, antepassados que muitos deles aqui não nasceram, para os deixarem aqui entrar, têm eles o mesmo direito a esta terra que nós.
“(Sim, tenho um lado em mim que acredita em Deus… o meu grande problema com a religião e citando alguém que o sono não me permite lembrar: “I'm ok with God. I just hate his fanclub…”)